Cap. 129
Com um movimento rápido e suave, Cobra Traiçoeira gira seu corpo, saindo do caminho da lâmina e de irmã Bridget, que não consegue frear, passando tal qual um touro.
A moça se vira e retoma o ataque, dessa vez, mirando o peito daquele sujeito que a provoca com um riso debochado no rosto.
Ela empurra a faca, mas tem seu pulso golpeado, fazendo a lâmina passar ao lado do nativo, que aproveita a inércia para se aproximar mais e tocar a ponta do nariz da moça com o dedo indicador antes de girar novamente, desviando da freira.
Surpresa e indignada, Bridget está com os olhos injetados e dentes trincando de raiva. Ela grita e volta à carga com a lâmina em frente ao corpo.
Serenamente, Cobra deixa que ela se aproxime e, com um golpe, faz com que a faca vá ao solo. Com outro, acerta o queixo da mulher com a palma da mão e, em seguida, passa uma perna por trás dela, fazendo uma alavanca para derruba-la.
O nativo caminha até a faca, agacha para apanhá-la e se volta para a freira: — Quer tentar de nov...
A frase é interrompida quando ele vê a mulher já em pé, segurando com as duas mãos um dos Pacemakers que, digamos, pegou emprestado com o padre.
Automaticamente, agindo apenas por instintos, o indígena vai ao encontro da arma, segura os pulsos de Bridget, gira seu corpo (e, consequentemente, o braço da mulher) e faz com que a freira volte para o chão.
Ainda segurando os punhos da mulher, Cobra aplica uma rápida torção, fazendo com que ela largue a arma em suas mãos.
Possessa, a moça parte para cima com chutes e socos, mas não consegue sequer tocar o nativo, que desvia como se adivinhasse cada golpe que ela fosse dar.
Ela decide tentar agarrar o indígena mas, um golpe dele com a mão aberta contra seu tórax, a faz cair novamente.
— Como você faz isso, demônio vermelho? – pragueja a mulher.
— Quer aprender a fazer igual? – pergunta o indígena.
— Muito. – responde a freira com os olhos faiscando.
Cobra: — Para que você quer aprender?
Bridget: — Parar de fugir e me esconder.
Cobra: — Só isso?
Bridget: — Ajudar quem tem que fugir e se esconder.
Cobra entorta a boca, ponderando sobre a resposta.